Deus é um comediante atuando diante de uma platéia assustada demais para rir. Voltaire - (1869 - 1778)
"Jesus Cristo era filho de um pobre carpinteiro. Foi assassinado pelos ricos. Não tinha como dar em boa coisa" Karl Max

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O deus das trincheiras

Dizem que na I Guerra Mundial, durante as tréguas de Natal, de uma trincheira se podiam ouvir as comemorações na trincheira inimiga. Nos dois lados, cantavam hinos cristãos e havia sermões e imprecações a Deus, que era o mesmo para os dois lados, mesmo que as religiões não fossem as mesmas. Os capelães militares sempre tiveram a dura tarefa de convencer as tropas e a si próprios de que o Deus a que rezavam lhes daria a vitória. Já que não podiam dizer que cada lado tinha o seu Deus e o deles era mais forte, inferiam que o Deus invocado era único mas tinha seus gostos, e os preferia. Deus torcia por eles, não importava o que dissessem os capelães do inimigo.
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Não existem capelães com o mesmo problema no futebol, mas está implícita em toda mobilização de fé religiosa antes do jogo um pedido para que Deus favoreça um lado e não ouça o outro. E em todo agradecimento para o alto depois de um gol ou de uma vitória, e em toda frase de exaltação a Jesus impressa numa camiseta, está implícito um reconhecimento da parcialidade de Deus. Deus deveria ser banido dos campos de batalha para não se comprometer com a pior das atividades humanas, agravada pela hipocrisia, e proibido de entrar em campo de futebol para não arriscar sua reputação de isenção e fair-play. A única função de Deus num campo de futebol deve ser a de evitar a perna quebrada e o mal súbito. E, está bem, dar uma fiscalizada no juiz.
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Nada contra a fé de cada um. Acreditar é bom e é bonito, e é claro que a maioria dos jogadores pede e agradece a Deus não vitórias, mas sua integridade física e seu sucesso pessoal, seja jogando no Palmeiras ou no Já Vai Tarde F. C. Mas os jogos da Seleção Brasileira têm se transformado em verdadeiros bazares de ostentação religiosa. Que algumas das marcas de fé exibidas são de picaretagens notórias nem vem ao caso. As vitórias são publicamente creditadas a Jesus, e sua bênção vitoriosa agradecida com fervor. Imagino o constrangimento de jogadores e membros da comissão técnica que não são crentes, ou pelo menos crentes a esse ponto, obrigados a participar daquele círculo de oração de graças, ajoelhados, que tem encerrado as participações triunfais do Brasil em torneios internacionais. Por coerência, o mesmo círculo deveria ser formado nos casos de insucessos brasileiros, para cobrar de Deus a mudança de trincheira.

Luis Fernando Verissimo - Zero Hora - 20/08/09.

sábado, 8 de agosto de 2009

O carrasco

o dia frio, a chuva forte... apenas um sinal dramático... a morte

ele se ergue , bota manto e capuz, reza algumas orações para algum deus que não vai escuta-lo e sai... lá vai o meio anjo, meio demônio com seu machado. O palco o aguarda para seu show... o homem que brinca de Deus, tira vidas, ele brinca com o poder do Deus que não o escuta.

A alegria da multidão entre os respingos, depois prestação de respeito... a vitima

acorrentado, se arrastando com suas cicatrizes e cabelo longo, sem saber o que acontecia, sem saber por que as pessoas vibravam. Ele olha assustado para o homem com o machado que ascenava ao publico... ´por que as pessoas vibravam? o que há de tão belo na morte? esse golpe brusco de machado... por que?

A pobre vitima indefesa, ajoelhada diante ao cesto... o fim da linha

Entaum arrumou o capuz, fez um reverencia para a multidão que o cobriu de rosas... ele era o Deus deles, e agora deveria mostrar sua onipotencia para ser mais amado... ele ergue o machado... olha para o povo feliz, olha para a vitima que parece estar confusa e atordoada... agora é resto, o machado desse e a pobre vitima está partida em dois pedaços.

Glória aos gloriosos, o ciclo da vida e morte... a queda

ele volta a seus aposentos tirando o capuz, toma um bom gole de vinho e limpa o fio do machado... ele fica pensativo por alguns minutos, depois tem que encara a cruz dos seus atos... a cruz de sua gloria... ele se ajoelha diante do simbolo religioso e reza mais uma vez para aquele mesmo deus que não vai atende-lo

a alma, o tunel com luz... o deus

ele em todo seu explendor divino, recebe a alma da vitima na porta do céu, pensando por que deixou aquele rapaz morrer, pq escreveu aquele destino... ele não lembravas, afinal era tanta coisa que ele fazia no seu pequeno parque de diversões repletos de humanos que o divertiam... e afinal, era só mais uma alma subindo entre milhões...ele a recebe como seu trabalho manda, depois vai bater o cartão ao fim do expediente e ir pra casa rezar para um deus uqe tambem não irá ouvi-lo.


Autor:

J. T. Potter

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