Deus é um comediante atuando diante de uma platéia assustada demais para rir. Voltaire - (1869 - 1778)
"Jesus Cristo era filho de um pobre carpinteiro. Foi assassinado pelos ricos. Não tinha como dar em boa coisa" Karl Max

domingo, 16 de novembro de 2008

A volta da inquisição

Ainda se fala, muito se fala na verdade, e ao que parece ainda vai se falar muito mais sobre o ano de 1968, que dizem, ser o ano que não terminou. Não é segredo para ninguém sobre o dito ano de movimentos globais pela liberdade, movimentos de estudantes na Europa, conflitos raciais acirrados na América do Norte, privações de liberdade na América do Sul. Que continuam até hoje disfarçado de democracia, deve ser por isso que o ano fatídico ainda não terminou.

Depois de milhares de achaques na nossa liberdade pelos homens fardados nos vinte e um anos de ditadura militar, uma apoda democracia apoderou-se das sobras, nos achacando dentro das normas ditadas democraticamente no ano de 1988, chamada de constituição que delibera poderes irrestritos ditatoriais pelo administrador mor da nação eleito pelo povo, que nunca fica sabendo o que acontece pelas suas costas.

Agora um acordo feito no vaticano, a portas fechadas, os democráticos governantes do Brasil impõe um conjunto de leis versando sobre a igreja católica no País. Assinado sem consulta popular e inconstitucional, discriminando e classificando o cidadão Brasileiro em duas categorias, tais quais o terceiro Reich.

As conversas existentes entre o Papado e o governo federal acontecem desde o mandato de FHC em 2000, embora oficialmente se afirme que a proposta foi enviada pelo vaticano e discutida a partir de 2006. O direito de livre expressão do cidadão foi jogado no lixo junto com a constituição e seu inciso número cinco.

Num dos artigos o vaticano impõe o ensino religioso obrigatório nas escolas públicas, num retrocesso medieval. No Brasil o ensino religioso é facultativo, devido à diversidade religiosa aceita no país, considerado um paraíso, diante de tamanha liberdade de crenças. Claro que, sempre tendo algumas pendengas mas, normal, como nas melhores famílias. O governo brasileiro maquiou o artigo, onde dizia obrigatoriedade, foi acrescentado a expressão “outras confissões” ao texto e justificou: para assegurar "o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação".

Feita de uma forma autoritária e na melhor negociata de traficantes, acabaram com direitos adquiridos arduamente, com sangue e suor, democraticamente. Você poderá obter mais informações neste endereço, onde está o acordo na integra. No fim, uma brecha legal, como todas as leis, fica uma porta escancarada para a ICAR meter a opinião atroz desta pútrida entidade nos rumos das nossas vidas. O governo assinou uma carta branca, dando liberdade total à igreja intervir em leis dentro dos preceitos falidos do Papado, sem integridade moral, calcado em mentiras monumentais e negócios escusos como o tratado de Latrão, para dar um exemplo.

Lutamos há séculos pela igualdade e agora vamos ter classificação? Cidadãos de primeira classe, os católicos e os de segunda classe, os não católicos. Acaso seria o inicio de uma nova inquisição? Ou a ICAR não quer falar sobre o assunto? Varreu para debaixo do ouro que forma o tapete do vaticano? Vamos arder numa fogueira ou vamos para a cadeira elétrica? Creio que será a primeira, já que retroagir é a regra.

Além disso, a arte sacra de muito valor, diga-se de passagem, que admiro e visito, passará a onerar o estado, mesmo que faça parte da fortuna incalculável da Igreja. Mais um achaque institucional no bolso combalido do cidadão brasileiro. Dinheiro este que poderia ser usado para criar escolas e melhorar a educação, mas isso não é interessante, pois desfaz dogmas e revela a verdade. Quem vai mandar no país é uma entidade que desrespeita as leis e “patrola” o individuo. Desconhece o pensamento livre, tenta arbitrar até todas as ações do cidadão, amordaça seus servidores (servos), que não cumpre as normas da CLT, enfim, não respeita a autonomia da republica, e não merece um pingo de nosso crédito.

Agora o projeto vai para o congresso nacional, para apreciação dos deputados e senadores, velhos lobos, que são, na maioria, carneirinhos diante destas questões desta magnitude. É preciso uma grande manifestação popular para vetar essa vergonha evitando que haja um retrocesso ao Brasil imperial.


Autor: J. B. Ziegler

http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/1285942



mais textos do autor:
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/jbziegler

A morte de Deus

Qualquer brasileiro medianamente “esperto” sabe que Deus é brasileiro, por outro lado, qualquer pessoa medianamente informada também sabe que a expectativa de vida no Brasil é de aproximadamente 72,1 anos o que representa um índice bem abaixo dos índices dos países mais desenvolvidos que é de cerca de 82 anos.
Lendo jornais, vendo televisão, escutando rádio e olhando ao redor, vemos que Deus chegou ao limite da expectativa de vida no Brasil, ainda é difícil afirmar com certeza, mas Deus morreu ou está agonizante, nos jornais lemos embasbacados que bandidos, ao roubarem um veículo no Rio de Janeiro, arrastaram covardemente até a morte um menino de 6 anos de idade diante dos pais, na televisão assistimos reportagens mostrando que em São Paulo, uma moça de classe média alta se alia ao namorado e ao irmão deste para executar os próprios pais a golpes de barra de ferro enquanto estes dormiam para abocanhar a herança, de repente ficamos sabendo que uma ex-cabeleireira que foi guindada a uma vida muito melhor do que a que levava, arquiteta o assassinato do seu bem feitor que não tinha as duas pernas para ficar com toda a grana que ele tinha ganho na loteria para gastar com os seus amantes ou escutamos no rádio que ônibus cheios de gente foram incendiados por marginais.
No mundo da política, são pagamentos de mensalões para se votar nos interesses do governo independentemente de ideologias partidárias se é que elas existem, são contas milionárias descobertas no exterior abastecidas com dinheiro que deveria servir para o bem comum, podridões, conchavos, corrupções para todos os lados que quando são descobertos servem apenas para alimentar a vaidade voraz e exacerbada de quem ocupa cargos que deveriam primar pela discrição e pela austeridade.
Se aprofundamos as observações, enxergamos de todos os lados prédios caindo por terem sido construídos com material vagabundo para gerar menores custos, brigas violentas em estádios de futebol levando à mortes e seqüelas, roubos, assaltos e homicídios campeando por toda parte, tráfico de drogas, rituais macabros e estupros de criancinhas, pedofilia até dentro do clero, até mesmo o cidadão brasileiro médio, o homem comum, já é praticante de pequenos delitos no seu dia-a-dia, desrespeito generalizado das leis de trânsito, roubos de energia elétrica e de sinal de tv a cabo, dispositivos para adulterar os medidores de consumo de água ou o taxímetro, alunos agredindo professores em sala de aula, igrejas sendo fundadas aos borbotões e enriquecendo com o dinheirinho suado dos fiéis, o que acontece é que o brasileiro descriminalizou por conta própria diversos crimes previstos no Código Penal e principalmente no de Ética Social.
Quando tentamos analisar e pesquisar quais seriam as causas de tudo isso, e já vimos e participamos diversas vezes dessas tentativas de análise, começamos pelas causas econômicas, será que são elas as responsáveis por essa selvageria? Creio que não, pois pelo que eu sei, sempre houve pobreza e miséria no Brasil e a brutalidade nunca chegou a este nível, então o problema está na falta de educação! Acho também que não, porque os índices de alfabetização vêm crescendo ano a ano em nosso país, então o que seria? Pois o povo brasileiro sempre teve fama de pacato e comunicativo, bonachão e solidário, gozador e alegre, eu então faço a pergunta que não quer calar: será que Deus ainda está vivo dentro dessa gente? Será que não estamos assistindo a agonia de Deus nos corações brasileiros? O pouco Dele que resta que nos proteja; que pelo menos o seu filho não abandone os que restaram, que aconteça a ressurreição do filho de Deus nas mentes, corações e espíritos brasileiros, é a minha última esperança de que esses animais em que se transformaram muitos brasileiros possam ser ainda domesticados porque, sinceramente, eu nunca ouvi falar de nenhum animal que acreditasse em Deus.

Autor:
Leon Scaravello
link=http://www.dominiocultural.com/ver_coluna.php?id=9008

mais textos do autor
http://www.dominiocultural.com/ver_colunista.php?id=465



sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Discutindo Deus

Quando sentei nas mesas de bares ou de beiras de piscinas, durante as férias, instalei nesses lugares, naturalmente, uma mesa de consulta ao avatar, eu ali à disposição dos passantes e dos parantes, indefeso.

E eles me perguntando sobre tudo, os mais diferentes assuntos. E eu vou despachando com todos, sacio as suas curiosidades, uns além de falar comigo têm necessidade de me tocar. Acabam num retoço esses encontros de conhecimento entre o cronista e seus leitores. É uma bela forma de a gente conhecer e privar com os alvos do que se escreve, os verdadeiros objetivos do trabalho da gente, os leitores.

Dou um exemplo de uma dessas consultas que dei esses dias. O senhor se aproximou de mim e da roda que me cercava. E foi atirando logo sua pergunta: "Tu acreditas em Deus mesmo?".

Não sei como eu estava com a resposta na ponta da língua: "Eu acredito cegamente em Deus. Ele é que, pelas últimas amostras do que tem acontecido comigo, não acredita muito em mim".

Estourou como uma bomba na roda a minha resposta, sob o ribombar de gargalhadas.

Este tema de Deus é fascinante, além de me perguntarem muito sobre ele, eu gasto inúmeras horas da semana a matutar sozinho sobre a existência de Deus.

O mais elucidativo dado que já colhi sobre a existência de Deus foi o pensamento incrível, me parece que de Dostoiévski: "Se Deus não existe, tudo é permitido".

Como que a insinuar brilhantemente que se a idéia de Deus consiste em justiça, até mesmo em bondade, em sabedoria, em compreensão, se ele não existir, todos esses valores caem por terra.

Ou seja, não existindo Deus, é permitido o estupro, o roubo, a agressão, o homicídio, enfim todas as calamidades da conduta humana.

Todos podem deitar e rolar com suas maldades, que não os atinge nenhuma punição, não estão nem aí.

Mas, existindo Deus, ele se constitui num freio para a maldade e para a destruição. As religiões nada mais são do que isso, uma forma inteligente de domesticar o homem e encaminhá-lo para a bondade, para o amor ao próximo, para a solidariedade e para a caridade, a ajuda aos outros, uma forma de tornar a vida mais suave no seu círculo gregário.

Dostoiévski deu uma grande, colossal, colaboração para a interminável discussão sobre a existência de Deus.

Não termina por aí o debate. Surge uma dúvida estupenda: se Deus é todo-poderoso, senhor do Universo, por que permite que sobre sua obra desabem diariamente tantas dores, aflições, catástrofes dos atos humanos, tendo como autores exatamente as criaturas que ele criou?

Por que Deus, enfim, permite que o homem seja mau e se torne o lobo do homem?

Os religiosos e os acérrimos defensores da existência de Deus levantam um argumento esplendoroso: Deus criou o homem e lhe deu o livre-arbítrio, o homem é que escolhe entre ser bom ou mau.

Ou seja, tudo de ruim que aconteceu na Terra é por causa do livre-arbítrio que Deus concedeu ao homem. E o que de bom acontece também o é.

Só que este argumento tem uma falha: e os terremotos, os ciclones, os maremotos, as secas, as inundações, estes acidentes que provocam bilhões de mortes durante todas as civilizações, destruições bárbaras, estes fenômenos naturais não são fruto da mão humana, seriam então fruto da mão de Deus?

Atualmente se culpa o homem também pela poluição e por esses acidentes geológicos. Mas no terremoto de Lisboa, em 1755, o homem não poluía a Terra naquela época, como é então que morreram 40 mil pessoas, a capital lusa foi destruída em sangue e pestes!!!

Como é que ficamos então sobre a discussão sobre Deus.

Como é que ficamos?

Quem tem mais explicações que me tire desse doloroso dilema.


Autor:

Paulo Sant'ana

Zero Hora 25/02/2008

http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=43&template=3948.dwt&tp=&section=Blogs&blog=220&tipo=1&coldir=1&topo=3951.dwt

Mais fé...

Precisamos ter mais fé. Precisamos ter mais fé... na ciência. Precisamos acreditar nela. De outro modo, ah, de outro modo, companheira, estugamos o passo para a cova. Tem muita mulher branqueando cedo o cabelo por preocupações e, não raro, de vãos esforços pelo marido. Tem muito marido que anda se matando pela família, muitos morrem cedo, a mulher fica, os filhos choram um pouco e pouco tempo depois tudo volta ao trilho das naturalidades. E o "esforçado" já era... Não, não vale a pena, temos que de vez aprendermos com a vida, olhar para os lados, ver o que os outros fazem, no que dá o que fazem, e daí respirarmos o oxigênio da sabedoria. Claro, é evidente que não venho de graça a esta charla, há motivos, bons motivos.

Eu mesmo fiquei por longo tempo me fazendo perguntas. Comecei adolescência quando aprendi a torcer por um clube de futebol. Deus, quanto tempo perdido, que inutilidade, quantos esforços juvenis jogados na lata de lixo da vida... Quanta saúde perdida gritando por ordinários ou não, esquecendo que devia gritar por mim, lutar por mim, ou nem isso, silenciar por mim. Mas não quero falar de mim, quero falar de nós, você, leitora, você, leitor, nós, nós todos que vivemos jogados nas ondas do mar da vida, agarrados muitas vezes aos nadas, que não nos salvam, que nos afundam.

É o seguinte. Acabei de ler esta notícia: "As oscilações na Bolsa de Valores têm reflexos não apenas nos balanços das empresas e na carteira de acionistas, mas também nos consultórios médicos. Estudos de cardiologistas do Hospital... Rio de Janeiro, mostram que a queda das ações coincide com aumentos da mortalidade por enfarte". Leste bem, leitora, prestaste atenção, leitor? Pessoas morrem de "aflições" por perder dinheiro ou pela possibilidade de perdê-lo. É aqui que entra a ciência de que falei e sobre a qual temos que colocar os nossos joelhos em crédito.

Temos que acreditar na ciência, na Psicologia, nesse amálgama de corpo e alma que nos forma. Emoções matam, esforços insanos pela mulher, pelo marido, pela família, não são gentilezas do coração, são estultícias que encurtam a vida. Perder o sono, seja pelo que for, nos faz perder a saúde. Emoções matam, correrias elevam o batimento cardíaco e dia após dia nessa corrida pelo nada, leva qualquer um mais cedo para o mundo do nada eterno... Temos que aprender a respeitar nossas verdades humanas e da ciência da Psicologia, temos que aprender a dar de ombros, deu, deu, não deu, não deu...

Autor:

Luiz Carlos Prates

Diario Catarinense - 12/10/2008
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2238782.xml&template=3916.dwt&edition=10890&section=136